A casa do arquiteto Jayme C Fonseca Rodrigues
Para aqueles não familiarizados com a arquitetura brasileira, pode parecer estranho que uma revista de nome Acrópole ostente uma reputação de tal ordem a merecer uma página web para disponibilizar suas páginas à consulta.
A palavra “Acrópole” (e suas transposições em outros idiomas) consta em qualquer dicionário; na acepção do Houaiss, como “local mais alto das antigas cidades gregas, que servia de cidadela e onde eventualmente se erguiam templos e palácios”. “Acrópole” poderia ser o título de uma revista de História, de Filosofia ou de Direito. Contrariando a predominância da área, na qual a palavra arquitetura é um termo cativo nos títulos dos periódicos, veteranos arquitetos recordavam que a revista foi motivo de chacota em certos setores com o trocadilho “necrópole”.
Aqui se revela um dos tantos paradoxos que cercam a fama da revista: quando ela surgiu, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, a arquitetura moderna ainda buscava sua (auto-)afirmação em meio às múltiplas orientações que ainda dividiam a prática arquitetônica no mundo ocidental. Decerto o título da revista insinuava a arte, a beleza e a monumentalidade de “templos e palácios” da Grécia antiga. Dessa maneira, nascia arcaica ao olhar da modernidade funcionalista e racionalista que, afinal, preponderou depois do grande conflito mundial.
Texto acima por Hugo Segawa
A frente, acolhedora “marquise” protege largo terraço que acesso ao vestibulo. | |
Jayme C Fonseca Rodrigues projectando sua casa tudo nella previu: a orientação, questão primordial em São Paulo, foi tratada com o maior cuidado. Collocou salas e quartos voltados para o norte não hesitando para isso conseguir em localisar o quarto de banho na fachada principal. | |
Para o “living room”, projectou um grande sofa em betula, estofado de lã verde-jade. O tom suave do tapete contrasta admiravelmente com a meza e o piso em jacaranda da Bahia. Um “pouf” verde e cortinas de velludo “beije” e “voile beije rose”. | |
No piso do vestibulo em travertino polido, um “chemin”de pelles faz invilgar combinação com o aparador em marmore e cobre polido. O piano moderno em betula, ebano e cobre polido completa o “living room”. | |
A lareira, surprehendente na ousadia de sua forma, serve de pedestal ao originalissimo reflector em bronze dourado, e pergaminho. Na sala de jantar, um sobrio aparador em jacaranda da Bahia, tem como fecho, extranha escultura em bronze dourado. Dois reflectores ladeiam o grande espelho “carré”, dando ao conjuncto imponente imponente distincção. | |
Na parede opposta, um retrato antigo sobre um consolo em travertino e marmore preto belga. As poltronas são estofadas em pelica marfim. O tapete creme e marrom. As cortinas de velludo creme e “voile” de seda “beije rose”. A grande porta corrediça da para o terraçodos fundos, donde se havista o magnifico panorama do Pacaembú. | |
O quarto tem um aspecto confortavel e repousante, onde o tom suave das paredes salmão claro, o creme quasi branco das cortinas e o cinza rosado da Nogueira “decapé” na mobiliase harmonizam sob a influencia da artistica e bem distribuida illuminação indirecta. Elegante “coiffeuse” arredondada acompanha a forma do quarto de vestir. |
Fonte e texto complementar: Revista Acrópole